O tempo passa, os campeões mudam, mas o brilho de Ayrton Senna nunca se apaga. Ele partiu há mais de três décadas, mas sua presença ainda ecoa nas pistas, nas histórias contadas com brilho nos olhos e, principalmente, nos corações de uma geração que sequer o viu correr, mas o admira como se tivesse vivido cada curva ao seu lado, cada grito, cada vitória e cada momento fantástico.
Ayrton Senna no pódio com a bandeira do Brasil - Reprodução / Senna
Senna não era apenas um piloto. Ele era um guerreiro, um sonhador que transformava cada corrida em um espetáculo de garra e emoção. Sua forma de pilotar era pura poesia e maestria: agressivo, ousado, preciso. Na chuva, dançava sobre o asfalto com uma maestria que desafiava as leis da física. No seco, era imbatível. Mas, mais do que títulos, Senna conquistou algo que o tempo jamais poderá apagar: a alma de um povo, o seu povo.
Os jovens de hoje não viram Mônaco 1984, quando um novato desafiou os gigantes sob uma tempestade implacável. Não testemunharam Donington 1993, quando Ayrton fez a melhor primeira volta da história da Fórmula 1. Não sentiram o arrepio ao ver aquela McLaren amarela e verde rasgando a pista de Interlagos em 1991, levando o Brasil inteiro ao topo do pódio. Mas, mesmo sem terem estado lá, eles sabem.
Senna não é só lembrança, é inspiração. Sua voz, firme e serena, ainda ressoa em entrevistas, ensinando sobre persistência, disciplina e amor pelo que se faz. Sua paixão pela velocidade, sua devoção ao Brasil, seu desejo de sempre ir além – tudo isso transcende gerações. Ele é o piloto dos avós, dos pais e, agora, dos filhos que buscam nele um exemplo de coragem, determinação e humanidade. Além de inspirar uma vida toda.
O templo do automobilismo hoje está ainda mais sagrado. Uma curva que leva seu nome, um busto em sua homenagem e uma pintura que parece ter sido feita especialmente para aquele lugar. Interlagos e os brasileiros são privilegiados por viver no Brasil e poder dizer que compartilham a terra natal com o ídolo de uma geração.
No olhar dos jovens que vestem bonés vermelhos com a icônica sigla "S", que assistem a vídeos de suas ultrapassagens arrepiantes e que se emocionam ao ouvir suas palavras, fica claro: Ayrton Senna não pertence ao passado. Ele continua vivo, acelerando no imaginário de quem, mesmo sem tê-lo visto, o entende como um verdadeiro herói.
E os heróis... bom, esses nunca morrem.
